Autorizado a falar em nome de Deus

                                                                     A experiência de Moisés na sarça


O fenômeno de alguém se apresentar como autorizado a falar em nome de Deus não é algo novo, por se considerar que falava em nome de Deus guerras foram estabelecidas e chamadas de santas, as cruzadas. Por se considerar que falava em nome de Deus exercia toda intimidação intelectual, Galileu e sua teoria heliocêntrica em oposição ao geocentrismo.

O dramático é que com a expansão dos meios de comunicação de massa, o que possibilita extensão da mensagem, igrejas de A a Z tem seus representantes afirmando categoricamente, esta é uma forma de vencer a “concorrência”, de que são autorizados a falar em nome de Deus.

A experiência de Moisés na sarça ardente: Destaco que, é preciso considerar o significado desta experiência e os custos assumidos por esta experiência, que conduzem a problemática de considerar quem está autorizado a falar em nome de Deus, a vivencia desta experiência autorizou-o a falar em nome de Deus.

A imprevisibilidade do acontecimento, falar em nome de Deus possui este elemento como balizador. Ele é imprevisível. Não agendável. O Ser indomável. Não se presta a manipulação ou a pré configuração. Não se sabe de onde vem nem para onde vai.

A presença do fogo, fundamental por ser capaz de causar transformação: Só pode falar em nome de Deus aqueles que são alvos contínuos da ação transformadora de Deus, o pentecoste é a lembrança desta experiência. Não mais uma pessoa, mas uma comunidade autorizada a falar em nome de Deus.

Identificação com o sofrimento humano, Moisés assume riscos, a questão é maior do que entender quem é Deus e quais são os seus planos. A questão é, assumirei o risco de ser o agente de Deus para o fim do sofrimento que necessariamente não é o meu, o risco de sair da minha condição de fuga e de romper com minha cotidianidade.

Por se considerar que fala em nome de Deus legitima-se estabelecer com as pessoas uma relação de dominação psíquica e social, moral e ética, político e partidária, exercendo controle religioso, o enredo do filme O livro de Eli.

Um comentário:

  1. Valmir, conheci seu blog na data de hoje e me identifiquei muito, tomei a liberdade de fazer citação de uma frase deste texto no minha ultima postagem, citei a referencia. espero que você retome o blog, pois suas ideias são muito boas... abração

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